terça-feira, 3 de agosto de 2010

Catarata Infantil

A catarata congênita é uma das causas mais comuns de cegueira infantil, responsável por 10 a 30% dos casos, variando entre diferentes regiões do mundo. Paises em desenvolvimento, como o Brasil, apresentam uma alta prevalência de crianças com catarata congênita, de 1 a 4 por 10.000 crianças, já nos paises desenvolvidos a incidência é de 36 por 100.000 nascidos.
A catarata congênita é a opacificação do cristalino que reduz a visão em indivíduos de 0 a 15 anos. Pode ser classificada segundo sua lateralidade, idade, morfologia e progressão, sendo que pode aparecer ao nascimento, como ao longo dos primeiros anos de vida.
O tratamento inclui remoção cirúrgica do cristalino, sendo o período crítico ideal da intervenção nos primeiros 2 meses de vida, uma boa resposta visual, será obtida quando a cirurgia for realizada nesta fase. Após a cirurgia a criança necessita manter acompanhamento para prescrição óptica, oclusão e ESTIMULAÇÃO VISUAL, buscando a reabilitação visual.
A etiologia da catarata congênita tem sido largamente estudada, sendo as causas mais comuns, infecções intra-útero (29,9%) - (rubéola, toxoplasmose, citomegalovirus, herpes, varicela e sífilis), a hereditariedade ou alterações genéticas (19,7%) – (síndromes como Down, Lowe, Turner e Patau), distúrbios metabólicos (9%), prematuridade (9,2%), com 46% de causas idiopáticas.
Alem disso, é bastante comum encontrar a catarata congênita associada a outros problemas sistêmicos como, retardo mental, cardiopatias e alterações neurológicas. Exposição a drogas, medicamentos com corticóides e radiação durante a gravidez, também podem ser a causa.
Sendo a criança com catarata congênita bilateral limitada de estimulação visual adequada, em seu período crítico de desenvolvimento visual, o processo de desenvolvimento neuropsicomotor sofrerá atraso e possíveis adaptações. A criança pode apresentar uma maior dificuldade, devido à falta de estímulo visual, em sua orientação espacial, gerando conseqüências motoras, como irregularidades na direção do movimento, presença de defasagem em relação ao esquema sinestésico e ao equilíbrio dinâmico, lateralidade e direcionalidade, postura e pouca interação do movimento com o estímulo. Na catarata unilateral, a criança não é considerada deficiente visual, em geral seu desenvolvimento não sofre graves alterações, pois com o olho contra-lateral normal a criança é capaz de se adaptar a essa condição sensorial. No entanto o principal acometimento é a ambliopia, que ocasionará comprometimento da visão de profundidade e binocularidade, gerando alterações em atividades motoras.

Ft. Marcia Lopes

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