Temos aqui um relato de uma de nossas colaboradoras da equipe – Professora Instrutora Mediadora, que acompanha nosso paciente mais que especial...
“ Hoje em dia tenho um cronograma de trabalho onde os passeios são diários e a lugares variados, mas não foi sempre assim, no começo quando iniciei, meu aluno já tinha 5 anos e praticamente só vivia no colo. Sua mãe me informou que sair com ele havia se tornado um tormento tão grande que por fim ela já havia desistido. De fato ele se debatia contra o seu carrinho, jogava o corpo pra trás e o escândalo era tão grande que parecia que ele havia sido agredido.Iniciei fazendo passeios de carrinho no condomínio onde ele mora, e era de fato uma luta. Antes mesmo de sair de casa já começava o escândalo, tudo era difícil, entrar no carrinho, conseguir sair de casa, andar...ele se debatia e chorava aos prantos. Tudo o incomodava, ficar na posição sentada, parar o carrinho, parar para cumprimentar alguém, enfim, eu não desisti simplesmente porque acreditava no que estava fazendo. O primeiro ano foi quase que só de luta pra faze-lo aceitar coisas que ele simplesmente se recusava a fazer, não simplesmente por birra mas também porque ele não tinha mecanismos de adaptação. A medida em que foi sendo exposto a estímulos presentes nos passeios, como o vento no rosto, nos cabelos, os cheiros, os sons das construções, dos passarinhos, as vozes das pessoas ele muito lentamente foi aprendendo a se adaptar. Hoje em dia continuamos passeando todos os dias mas já não fico mais só no condomínio,vamos ao shopping, a um restaurante tomar açaí, a um parque bem tranqüilo e arborizado, até a sorveteria. Isso faz parte da rotina semanal, cada dia fazemos um passeio diferente. As idas a lugares onde existem pessoas são sempre um desafio, antes de sair de casa ele já começava a gritar, quando chegava eu quase que pensava em voltar, mas lutava contra mim mesma pra ser mais forte do que a resistência dele... Hoje em dia já não é mais tão trabalhoso, não vou dizer que é tudo 100% porque sempre tem algo que precisamos vencer, mas estamos aí, fazendo com que ele se encante por descobrir o mundo.” ...
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